Sonhos
Há milhares de anos os homens se preocupam em interpretar os sonhos. Os povos antigos da Babilônia, Caldéia e Judéia já conheciam esta arte. O documento mais antigo que fala sobre interpretação de sonhos foi compilado por Arte-medoro Dalidarius, no século XI. Essa obra já foi traduzida para o inglês no século XVII e, desde então, reimpressa em várias línguas. Desde tempos remotos o interesse pela interpretação de sonhos não diminuiu, e alguns psicólogos, como Freud, Jung e outros, aprofundaram-se neste assunto. Um dos relatos mais interessantes foi o do presidente norte- americano Abraham Lincoln, que, através de um sonho, previu sua própria morte. Contou o presidente: “Ouvi soluços, como se bom número de pessoas estivesse chorando baixinho, mas os pranteadores eram invisíveis. Fui de uma a outra peça da casa, mas não encontrei pessoa alguma; ainda assim os mesmos sons pesarosos de aflição me acompanhavam, enquanto andava. Todos os objetos eram-me conhecidos, mas em parte alguma eu via gente que estivesse a se lamentar. Fiquei intrigado e alarmado. Quando entrei na Sala oriental defrontei-me com uma surpresa repugnante? Diante de mim, havia um estrado sobre o qual repousava um corpo em traje fúnebre. Em volta, achavam-se soldados, postados como guardas, e uma multidão a olhar pesarosamente o cadáver, cujo rosto estava coberto. Quem morreu na Casa Branca? Perguntei a um soldado. “O presidente”, foi a resposta dele. “Um assassino o matou”. Logo veio uma explosão de pesar da multidão, que me fez despertar do sonho. No dia seguinte, o presidente Lincoln foi assassinado, apesar de todas as precauções para salvaguardá-lo. Nem sempre os sonhos vêm assim tão claros e fáceis de serem interpretados. Sigmund Freud, pai da psicanálise, afirmou: “Uma reminiscência do conceito do sonho, mantida nos tempos primitivos, parece estar presente na avaliação do sonho que era corrente entre os povos da Antiguidade. Eles aceitavam com naturalidade que os sonhos se achavam relacionados ao mundo dos seres sobrenaturais em que acreditavam, e traziam inspirações dos deuses e dos demônios. Ademais, parecia-lhes que os sonhos deviam servir a um feito especial que, por norma, prediziam o futuro. O conceito pré-científico do sonho que prevalecia entre os antigos, estava naturalmente em consonância perfeita com seu conceito geral sobre o universo. Os ocultistas veem no sonho uma espécie de pressentimento ou telepatia. Ainda que não possa haver certeza quanto à interpretação dos sonhos, há um número considerável deles que são valores importantes nas adivinhações.